Vou trabalhar normalmente e à noite chego a casa, tomo um duche, janto, preparo as coisas, e let’s go!
Fui de Bolt até à estação de comboios. Calhou-me o Marco como
motorista. Bonito, simpático, cavalheiro, e vinha de Mercedes Benz. Ajeitou o
banco para me sentar, perguntou se a temperatura e a música estavam boas e
seguimos.
23:49h – Chego à estação, e está mesmo um comboio de partida
para a Gare do Oriente! Ok, espero pelo próximo comboio. E o próximo é só às
24:03h para a estação do Rossio. Apanho esse, ou saio na Reboleira, e vou de
metro, ou vou mesmo até ao Rossio, e depois apanho o metro ou um autocarro da
Carris. Mas pensei que me fosse demorar mais, e fiquei na Reboleira, apanhei o
metro com uma mudança em São Sebastião.
01:15h – Cheguei à Gare do Oriente, e ainda andavam na rua algumas pessoas, nomeadamente malta da noite, taxistas e pedintes.
A caminhar em direção aos autocarros, fui logo abordada por
um pedinte, falei em inglês, mas entendeu o que eu disse, e eu prossegui sem
lhe dar nada do que queria – dinheiro!
Tudo deserto, viajantes como eu nem vê-los. E eu a desejar
que aparecessem. Era a única ali sozinha entregue a mim própria. Passado um
bocado chega um autocarro. Mas já vinha de Sevilha, e seguia agora para o
Porto.
Um pouco depois aparece um viajante, e senta-se ao meu lado.
Boas, já somos dois, penso. E de novo, aparece outro pedinte que queria 0,99€
para comer uma pizza, pois custava 1,99€, mas ele já tinha 1€. Olhei ele olhos
nos olhos, e fiquei indecisa se devia ficar calada, ou falar noutra língua. Nem
eu nem o outro rapaz ao meu lado, demos o dinheiro que pediu. Foi embora.
Passado um bocado, volta de novo. E eu a ficar preocupada. Lá foi de novo embora.
Aproveito para ir às redes sociais, e mandar mensagem às minhas colegas sobre o
ponto da situação.
Passava pouco das 2h, quando aparece o autocarro. Respirei de
alívio. Fui a primeira a fazer o check-in, e nesse preciso momento apareceram
vários viajantes todos ao mesmo tempo. Quando vou a entrar, fui logo barrada, e
não pude levar a mochila comigo, pois o senhor motorista disse que a mesma era
muito grande, e que o espaço é pouco. Fiquei surpreendida e indignada com
tamanha ordem. Fui obrigada a colocar no porão. Vá lá que tinha um saco de pano
onde colocar a comida, a água, lenços de papel, cabos USB, etc. Foi a primeira
vez que tal me aconteceu. Olha, já está como nas companhias aéreas. L
Peguei a mala da máquina fotográfica e o saco de pano com o básico,
e subi. Outro dilema foi o lugar. Muito poucos lugares. Estava tudo ocupado. Lá
me sentei nos lugares do meio ao lado de uma rapariga que também viajava
sozinha, tal como eu. Sentei-me sem saber como me sentar, deitar, etc. Estou habituada
em ir no lugar da janela, e conseguir ali um jeito de colocar a almofada, e
deita a cabeça, mas hoje dormir duvido.
A rapariga ao meu lado já vinha do Porto, e lá me disse que
as portas USB do teto não funcionavam L e que só podia ligar na ficha que
fica entre os dois bancos. Mais coisas más?? O que vai ser a seguir??
Lá me tento organizar e pôr tudo a funcionar. Como os meus
croissants de manteiga e bebo água.