sábado, 28 de novembro de 2020

BADAJOZ (Junho 2019) - 13/06/2019 - DIA 2 – 1ª PARTE

 Mal acordo, lembro-me de ligar de novo aos meus pais. Quem me atendeu foi uma rececionista das consultas externas do Hospital Universitário.

- Hospital Universitário, Hola! Cual consulta quiéres? – Pergunta a menina muito apressada.

- Hola, no quiero consulta, yo so quiero hablar com mi madre e mi padre, en Portugal. – Respondo achando isto tudo muito esquisito.

- Cual consulta? Volta a insistir a menina.

- Disculpame. E desligo o telefone.

Que barraca! Pedi logo desculpa, claro. Aí fez-se luz na minha cabeça. Para que é que serve o indicativo?? Para alguma coisa não é? O segredo estava no indiciativo. Aquele número sem o indiciativo, aqui pertence às consultas externas do hospital, e em Portugal pertence ao meu pai. Depois lá escrevei +351 e o número. E aí finalmente já consegui falar com a minha querida mãezinha. Estava do outro lado toda chorosa, super preocupada e a imaginar mil e um filmes de terror. E eu, sensível como sou, emocionei-me também, sem passar isso para o outro lado.

Saí do hostel, era quase meio-dia (como o tempo passa). Por incrível que pareça guiei-me sempre pela hora de Portugal. Ainda não me habituei. Decidida a explorar outras partes da cidade, lá fui conhecer o grande El Corte Inglés. 

Só vi o piso 0 e -1 (acessórios, perfumes, cosmética, livraria e supermercado). Tudo o resto fica nos outros andares, e como tinha mais planos para o dia de hoje, fiquei por ali. Fui até à Plaza de La Libertad, e descobri o Museo do Carnaval – Visito amanhã. 

Apanhei o autocarro 18, (paguei 1,20€)



e lá fui eu até ao Centro Comercial Conquistadores, que fica quase na entrada da cidade. 

Para mim, o atrativo deste shopping, foi o El Chino – uma loja do chinês grande, que tem de tudo um pouco, onde acabei por comprar uma venda para os olhos, para usar numa próxima viagem, e também comprei um avental super giro com motivos gastronómicos da cozinha espanhola. Passei a loja a “pente fino”, e trouxe estes dois artigos. 
A outra loja de que gostei muito, é uma loja de guloseimas – Sanchez Cortez – que eu não resisti a visitar e a comprar umas gomas em forma de dedo da mão, pois são bem deliciosas.

Julgando que o Centro Comercial El Faro era já ali mais à frente, fui a pé, e andei talvez uns 3kms. Mas pelo caminho, ainda passei pela Universidade, pelo Hospital Universitário, 

pela antiga fábrica da Coca-Cola, 



que entretanto fechou e neste momento, está abandonada, mas em venda através de uma agência imobiliária. Também, ainda fui a Decathlon, não só para fugir do calor que se fazia sentir, como também para ver as vistas. Como já passava um bocadinho da hora de almoço, e o estômago já se queixava, comi a minha sandes à beira da estrada, debaixo da sombra de uma árvore, com vista para um grande campo agrícola de trigo ou aveia. Estômago reconfortado, lá vou eu continuar a caminhada até ao El Faro. 





sábado, 21 de novembro de 2020

BADAJOZ (Junho 2019) - 12/06/2019 - DIA 1 – 2ª PARTE

Instalei-me, organizei-me e fui à descoberta.

Fui logo ao oculista tentar arranjar os óculos de ler, pois o parafuso tinha caído e se perdido. Por 1€ lá puseram um parafuso novo, e apertaram o outro parafuso, bem bom!

Passei a tarde a visitar tudo o que havia à volta, e comecei a explorar o centro histórico.

Até às 14h consegui percorrer a pé uma série de sítios que tinha previsto, e pelo meio fui surpreendida com algumas obras de street art. 



Como era a hora da sesta, as ruas estavam desertas. 


Se tive medo? Sim. Confesso que me passaram pela cabeça alguns filmes de terror, mas tentei não pensar muito no assunto. Consegui ser confiante ao máximo, e ter fé, muita fé.

Quando saí do El Corte Inglés/Supercor, ainda consultei os mapas, mas eram um pouco confusos. Então decidi aventurar-me por uma rua que por acaso ia dar ao centro histórico, e a partir daí fui explorando e fotografando tudo o que o meu olhar admirava, e considerava como belo.

Então, nessa caminhada vi o Ayuntamiento, o Edificio La Giralda, o lado exterior da Ermita de La Soledad, a Alcazaba, o lado exterior do Museo Luis Morales, o lado exterior e um pouco do lado interior do Museo de Arqueologia, a Plaza Alta, a Plaza de la Soledad, o Parque de La Alcazaba, e a Torre Espantaperros. Não vi por esta ordem, claro.









Como estava calor, e era a hora da sesta, vim caminhado até ao Teatro. Logo, estava muito perto do Paseo de San Francisco, da Estação de Correos, e do La Plaza (supermercado Dia).

Aproveitei e comprei comida, para as próximas refeições, e também trouxe umas miniaturas de viagem que não há em Portugal, como por exemplo, o detergente liquido para lavar a roupa em viagem.

Voltei para o hostel, fui almoçar umas sandes e fruta, e como estava um pouco cansada, aproveitar para descansar um pouco. Ainda tentei dormir. Mas não consegui. Por volta das 16:45h voltei a sair, e fui explorar outras zonas. Desta vez, fui até à Puerta de Palmas.

Mas antes de lá chegar esbarrei com uma loja de recuerdos. Oh, que milagre! Achei muito estranho no centro histórico não existir, pelo menos que eu desse conta. A montra dizia tudo, menos o preço. Entrei, e vi que era não só uma loja de recuerdos, mas também uma loja de gelados e guloseimas. Perguntei preços do que queria, e acabei por comprar 2 postais.

Saí para visitar e apreciar e fotografar a Puerta de Palmas.



Foi um fim de tarde, lindo! Só não cheguei a ver o pôr-do-sol, que deve ser magnífico! Após a visita, vim para cima, e lá me aventurei por umas ruelas que vinham dar à Biblioteca Pública Municipal Santa Ana. Aproveitei para entrar e ver os livros. Ainda me sentei a ver e a ler alguns artigos da revista Cosmopolitan, que era o que havia de interessante. Aproveitei esta pausa para descansar. Como ainda tinha muito para ver, fui andando, e logo de seguida, dei de caras com o Monasterio de Santa Ana.


Logo mais a frente, está o MUBA – Museo de Belas Artes. Este museu é grátis, e tem imensas obras lindas para ver. Entrei e vi os 3 pisos (0,1 e 2). O único senão, é que não se pode fotografar. Os artistas que mais gostei foram: Adelardo Covarsi, Antonio Juez, Bonifacio Lázaro, Alejo Vera, Eugenio Hermoso, Pérez Jimenez, Gutiérrez Solana, Claudio Díaz, e Felipe Checa. 


Quando saí de lá, voltei a fotografar outros ângulos do edifício La Giralda (fica mesmo ao lado), e da chaminé da Ermita de La Soledad, que são lindas ambas. 



Após isso, lá fui explorar mais umas ruelas de comércio que desconhecia, onde acabei por fotografar fachadas e montras de lojas tradicionais.

No meio desse passeio, encontrei mais uma loja de recuerdos, onde acabei por comprar o famoso íman para o frigorífico. A loja é a Casa Espada, e não vende só recuerdos, mas também fatos e acessórios para as danças tradicionais, e merchandising de bandas. Sim, os meus recuerdos da praxe são sempre postais e ímans, dos locais por onde passo. Pelo menos até agora tem sido assim. Também podia trazer uma tshirt gira, mas fica para uma próxima.

Continuando o caminho, dei de caras com a loja física da Yves Rocher Cosméticos 


E aí fiquei de boca aberta, ao ver tal coisa. Pensei que só existia via catálogo, mas afinal enganei-me. É muito interessante irmos a outros países, e encontrarmos coisas que não temos em Portugal.

Mal entrei, fui logo abordada por um rapaz que ali trabalha, que tira dúvidas, e aconselha sobre os produtos expostos que podemos comprar. E como já fui comercial desta marca, e gosto de alguns produtos, lá acabei por comprar 2 bálsamos para lábios de frutas – framboesa e morango. Os preços são os mesmos que estão no catálogo, mas como agora não trabalho para eles, e nem me apetece estar a procura de quem vende estas coisas, aproveitei e comprei logo aqui.

Compras feitas, e passeio dado, é quase hora de ir jantar, e ligar aos meus pais. Mas antes, ainda me sento no Paseo de San Francisco, a ver as vistas e a relaxar um pouco.

Ainda no jardim, tentei ligar para Portugal. Liguei, liguei, liguei…..e nada! Das duas uma, ou não estão a atender, ou o roaming não está a deixar. E agora? Ainda por cima lhes prometi que ligava à noite. A outra hipótese era pedir a uma amiga que lhes ligasse, e dissesse que estava tudo bem comigo, mas não era a mesma coisa. 

Já no hostal, ainda fui tentar pesquisar na net (no telemóvel), mas sem sucesso. Deixa lá, amanhã tento outra vez. 






 



domingo, 15 de novembro de 2020

BADAJOZ (Junho 2019) - 12/06/2019 - DIA 1 – 1ª PARTE

Esta aventura começou na noite de 31/05/2019 quando decidi comprar uma viagem. Uma viagem para um sítio qualquer mas, de preferência para um sítio não muito caro, nem para muito longe de Portugal.

Para primeira viagem internacional o mais correto é começar pelo país vizinho – Espanha.

Mas oficialmente, esta aventura começou hoje às 05:15h, quando o despertador tocou. Não dormi nada a noite toda, nem tomei calmantes, para a ansiedade. Antes adormecer na viagem, do que ficar em terra.

Quando às 06:11h apanho o autocarro que me leva até à estação de comboio, os olhares dos outros passageiros são inevitáveis. 

Ao chegar à estação de comboio pelas 06:26h, exatamente a mesma coisa – mais olhares. Assim que cheguei reparo que só havia comboio para a Estação Gare do Oriente, perto das 07h. Pensei “Nem Pensar!”

Às 06:36h apanhei o comboio que ia para a Estação do Rossio. Saí na Estação da Reboleira, e aí apanhei o metro, com uma mudança de estação pelo meio. Nestas situações há que saber improvisar.

Para me fazer companhia entre estações e transportes, trouxe comigo um livro, mas não um qualquer. Trouxe “O mundo é fácil!”, do Gonçalo Cadilhe. Eu sei, Gonçalo. E sei que este é um livro que é para ler antes de embarcar, mas precisava de o acabar de ler, e de ver os teus conselhos, caso precise.

Às 07:40h, cheguei à Estação Gare do Oriente, e ainda tive tempo de comprar uma revista – Time Out Lisboa, a minha fiel informadora e também companheira de anos.


Às 08:01h o motorista (Alfonso) abriu as portas do porão para arrumarmos as malas. Eu só como levava a mochila, não foi preciso colocar lá. De seguida, seguiu-se o check in, e fui à procura de um bom lugar para me sentar.

08:21h – Fizemo-nos à estrada, não sem antes o Alfonso se apresentar e explicar os básicos da viagem (não deixar lixo, hora de chegada a Madrid, etc.).

Ao entrarmos na Ponte Vasco da Gama, senti-me a levantar voo, como se de uma borboleta tratasse, e entrei num misto de emoções, entre choro, lágrimas, e sorrisos. Um misto de felicidade, com certeza do que estava a fazer, e ao mesmo tempo com pena de deixar os meus pais, e eu ir ao incerto sem saber o que me espera no fim desta estrada longa. Mas já estou aqui em cima, bem alto, e só vejo o azul do Rio Tejo, à minha volta, enquanto Lisboa, fica lá atrás e é já só uma miragem. Enxuguei as lágrimas, e tentei conter esta expulsão de sentimentos, para ninguém dar por nada. Não queria passar este misto de sensações, para os outros viajantes. Eu não era a única a viajar sozinha, ali dentro daqueles 14 metros com 4 rodas, iam mais raparigas na mesma situação do que eu. A decisão está tomada, é agora ou nunca!

Limpei a cara, foquei na paisagem à minha volta, e na música que trazia, e sigo em frente acreditando que vai tudo correr bem. Estava previsto chegar às 12:10h (hora espanhola),e assim foi. Foi uma viagem rápida e nada cansativa. Mais, demorei uma vez para chegar a Castro Verde, em pleno Baixo Alentejo.

Fui a única pessoa a sair em Badajoz! Tudo o resto foi para Madrid.

Assim que cheguei parei para apreciar o que estava a minha volta, e aproveitei para ir ao aseo (wc) pôr as minhas necessidades em dia.

Após esse breve momento, surgiu a tão famosa dúvida: “E agora? Esquerda? Direita?”. Dentro de mim, senti um bloqueio entre cruzar o que estava nos meus mapas, e o que estava visível a minha frente.

Os meus mapas do Google maps, estavam muito mas muito incompletos, devido à minha inexperiência, e lá tive de recorrer aos locais para conseguir chegar ao hostel. Mas pelo caminho, ainda deu para fazer um reconhecimento pelos supermercados – Dia e Carrefour Express.

Aproveitei e fiz umas compras muito básicas para as próximas horas.  

O check in estava previsto para as 13h, e assim que entrei no hostel (Hostal de Las Heras), gostei muito do que vi. Mal se entra na porta principal, sente-se logo um aroma a detergente, que dá logo confiança para ficar hospedado.

Subo as escadas de madeira, e ouço vozes. No cimo das mesmas, uma seta a indicar a receção à esquerda. À minha frente, está um casal de namorados, estrangeiros também, a fazer o check in.

Após fazer o check in com a Maria (rececionista), dá logo as chaves, e a password do wifi. O meu quarto fica no piso de cima.

Abro a porta, e deparo-me com cama, mesa de cabeceira, toalhas, lavatório com espelho, roupeiro, cobertor, secretária, tv, wifi, tomadas e aquecedor. Até tem uma janela para as traseiras. 




Patrícia Por Aí - As minhas aventuras por aí

Este blog surge a partir dos meus diários de viagens, que já fiz, um por cada cidade visitada.

Ao mostrar os mesmos a amigos, ouve alguém que teve a lembrança de dizer, que um dia os poderia transformar em livro, e assim partilhar as minhas experiências com o mundo.

Mas antes uma grande amiga que já é viajante de longa data, diz-me assim: “Não, ainda é cedo. Porque não te dás a conhecer primeiro através de um blog? Se tiveres muito sucesso, o livro surgirá no tempo certo. Até lá vais partilhando as tuas histórias no blog.”

E eu, pensei: “Olha não está mal pensado!”

E aqui estou eu!!! Sejam bem vindos!!!!!



Chegada a Sevilha

22/02/2020 03:30h – Parámos numa bomba de gasolina algures no Alentejo. 5h – Badajoz 07:30h – Parámos em Monasterio – Área de Serviço ...